Um novo estudo publicado na BMC Microbiology demonstra que uma fórmula com simbióticos (prebióticos + probióticos) pode restaurar mais rapidamente um microbioma fragilizado, em bebés que nasceram por cesariana1.

Os resultados indicam que o uso de uma fórmula com simbióticos (scGOS/lcFOS e Bifidobacterium breve M-16 V) ajuda a evitar o desenvolvimento de um microbioma intestinal fragilizado associado ao parto por cesariana1.

No nascimento por parto natural, as mães transmitem o seu microbioma intestinal para o bebé. Este ajuda a moldar o microbioma do bebé, de forma a criar bases sólidas para a saúde do recém-nascido, ao longo da sua vida2-4. Este será ainda mais enriquecido, quando a mãe amamenta o recém-nascido1,2.

Os oligossacarídeos do leite materno ajudam a alimentar as bactérias simbiontes do intestino do bebé5-7, apoiando o desenvolvimento saudável do seu intestino e sistema imunitário.

Está a tornar-se cada vez mais óbvio que os bebés nascidos por cesariana têm um microbioma intestinal fragilizado e desiquilibrado, porque não sofrem a colonização do microbioma da mãe através do canal de vaginal8-9. Neste microbioma, existem mais bactérias potencialmente patogénicas e menos espécies com atividade benéfica para a saúde10.

O bebé com um microbioma intestinal comprometido, no início da vida, tem maior risco de infeções durante a infância e de doenças não transmissíveis a médio e longo prazo11-13.

O estudo JULIUS investiga se e como uma fórmula para bebé com uma mistura simbiótica pode ajudar a reequilibrar o microbioma intestinal do bebé nascido por cesariana, de modo que se aproxime da dos bebés nascidos por parto normal e amamentados9.

Trata-se de um estudo multicêntrico, realizado em Singapura, na Tailândia e na Europa, onde foram recolhidas e analisadas amostras de fezes de bebés durante um período de 22 semanas9.

“Quando um bebé nasce por cesariana, a colonização do intestino com bactérias “boas” é insuficiente porque o bebé não passa pelo canal vaginal.

Com este estudo, demonstramos que a fórmula para bebé contendo uma mistura simbiótica pode ajudar a restaurar a colonização retardada de bactérias “boas”, ajudando assim a aproximar o microbioma intestinal do bebé ao dos bebés nascidos por parto natural e amamentados.”

O investigador principal dr. Christophe Lay, Danone Nutricia Research

Os investigadores colocam a hipótese que tal se deva ao ambiente ácido e aos níveis de oxigénio no intestino1. Um intestino saudável poderá estar associado a um ambiente intestinal ácido, livre de oxigénio, que é um ambiente favorável ao desenvolvimento de bactérias simbióticas e menos apelativo para bactérias potencialmente nocivas1.

Este estudo contribui para o aumento de evidências que fortalecem a necessidade de desenvolver soluções nutricionais personalizadas contendo simbióticos, uma vez que estas, apoiam o desenvolvimento saudável do microbioma e consequentes respostas imunitárias adequadas, através da estimulação do crescimento e atividade das bactérias simbiontes no intestino de um bebé, ao mesmo tempo que suprimem o crescimento de bactérias potencialmente patogénicas1.


Referências

    1. Lay C et al. BMC Microbiol. 2021;21:191; https://doi.org/10.1186/s12866-021-02230-1
    2. Wopereis H etal. Pediatric Allergy and Immunology. 2014;25:428-438
    3. West CE et al. J Allergy Clin Immunol. 2015;135(1):3-13;quiz 14. doi:10.1016/j.jaci.2014.11.012
    4. Seppo Salminen, Hania Szajewska, Jan Knol. The Biotics Family. Wiley. 2019
    5. Bakker-Zierikzee AM et al. Br J Nutr. 2005; 94:783–790
    6. Knol J et al. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2005;40(1):36-42. doi:10.1097/00005176-200501000-00007.
    7. van Hoffen E et al. Allergy. 2009;64(3):484-7. doi:10.1111/j.1398-9995.2008.01765.x
    8. Vandenplas Y et al. Nutrition. 2020.78:110812
    9. Chua MC et al. JPGN. 2017;65:102-106
    10. Seppo Salminen, Hania Szajewska, Jan Knol. The Biotics Family. Wiley. 2019
    11. Molloy J et al. Int. J. Environ. Res. Public Health. 2013;10:7235-7256; doi:10.3390/ijerph10127235
    12. Azad MB etal. Clin Exp Allergy. 2015;45(3):632-643
    13. Azad MB et al. BJOG. 2016;123:983–993

NOTA IMPORTANTE: O leite materno é a nutrição ideal para o bebé, com todos os benefícios para o bebé e para a Mãe. É importante que, na gravidez e durante o aleitamento materno, a alimentação da Mãe se baseie numa dieta sã e equilibrada. A combinação do leite materno com a alimentação por biberão, durante as primeiras semanas de vida, pode reduzir a produção do leite materno e é difícil voltar atrás na decisão de não amamentar. As implicações financeiras e sociais de utilizar um leite infantil devem ser sempre consideradas. No caso da impossibilidade do aleitamento materno devem ser seguidas as recomendações do profissional de saúde sobre o leite a utilizar e devem ser seguidas as instruções de utilização dadas pelo fabricante, pois a sua utilização incorreta pode colocar em risco a saúde do bebé.